Laringe a câmara da voz

A laringe é chamada de câmara da voz, pois, é nela que o som é produzido. Esse orgão fibromuscular é formado por músculos, cartilagens etc. A laringe deve permanecer totalmente relaxada durante a produção do som. Qualquer contração na musculatura desse orgão altera o timbre do som. A sensação de conforto na laringe durante a produção do som, deve ser a primeira preucupação do cantor. Pois, qualquer contração na musculatura desse orgão, produz um som totalmente esganiçado ou espremido, dificultando para o cantor a continuação da produção de um som redondo e aveludado. A perda de beleza sonora ao longo de um show geralmente está associada à contração desse orgão, tão importante para a amplificação do som. A laringe quando não é contraída durante a produção do som, exerce a função somente de vibrador, produzindo um som saudável e bonito. Mas, quando contraída exerce a função de vibrador e de produtor de energia. Esta que deve ser produzida somente pelo diafragma, que é responsável pela velocidade do fluxo de ar. Embora não seja o principal amplificador sonoro do corpo, a laringe não pode ser ignorada pelo cantor. Sua musculatura deve permanecer imóvel durante a produção sonora. Somente as cordais vocais devem ser tensionadas durante a produção do som. A laringe deve ficar responsável apenas pela aplificação e vibração do som.

Os apoios diafragmáticos

O diafragma produz três movimentos de apoio para a produção do som vocal. Dois deles utilizam o ar do próprio corpo, dispensando a utilização da respiração controlada, e o terceiro que se faz necessária a respiração controlada (expiração e inpiração). Staccato: som estacado produzido por uma contração diafragmática, a mesma que produz o espirro. Este para ser produzido depende de um fluxo de ar com velocidade de até 160km/h, velocidade sufiente e necessária para a produção de um som agúdo. Non legato: som não ligado produzido por uma impulsão diafragmática que geralmente é utilizada para produzir sons que não são tão longos. No non legato como também no staccato não há necessidade da utilização da respiração controlada, ou seja, esses dois apoios utilizam o ar reserva do corpo, tornando-se desnecessária a respiração controlada, e preservando assim a energia corporal e o conforto na hora da produção do som. Legato: som longo e duradouro produzido por uma impulsão diafragmática que utiliza a respiração controlada. Para produzir um legato é necessário expirar e inspirar ar novo, como também ter total controle da entrada e saída do ar para a produção sonora. Esses três apoios são totalmente necessários para uma boa produção sonora e dependem de um treinamento específico para que o cantor tenha consciência de todo o funcionanto do corpo e principalmente do aparelho respiratório.

O DIAFRAGMA

O diafragma é o músculo que divide o tórax do abdome, e é também responsável pela velocidade do fluxo de ar para a produção do som. Sua forma abóbada permite-lhe contrair-se como num espirro ou impulsionar-se como numa gargalhada com velocidade de até 160km/h, energia suficiente para produzir um som agudo. É do diafragma a responsabilidade de produzir energia, que é a velocidade de contração ou impulsão do mesmo. Quanto mais rápido ele funciona, mais som o corpo produz. A ausência da energia produzida pelo diafragma acarreta na contração do platisma (musculatura do pescoço), que por sua vez produz um som esganiçado e estridente. Para se produzir um som redondo e aveludado o platisma e a laringe devem permanecer totalmente relaxados, toda a energia vem do diafragma e não dos músculos do pescoço, na realidade estes só produzem força. Para encontrar o diafragma coloque o dedo entre as costelas na altura do estômago e dê uma gargalhada para ativar-lo. O diafragma é a alma do som. Nas próximas publicações escreverei sobre os apoios diafragmáticos.

Ressonadores superiores

Todo som produzido pelo corpo deve vibrar nos ressonadores superiores que são; o Seio Frontal(Bico de viúva) e o Seio Parietal no topo da cabeça. Para perceber essa vibração é só colocar os dedos nessas duas regiões de ressonância e você perceberá a vibração do som. Mas, para o som ser amplificado por elas, é necessário um trabalho para seccionar todos os grupos musculares, só então o som vibrará e será amplificado por essas duas cavidades craniana. O som quando amplificado pelos ressonadores superiores é redondo e aveludado, sem nasalidade, soprosidade ou qualquer deformidade sonora. Esses ressonadores permitem a produção de sons agudos com conforto e beleza sonora. Toda a extensão vocal do cantor tem que vibrar nesses ressonadores, esse processo chama-se empostação vocal e é responsável por todo o conforto e beleza do som. A consoante (zzzz) é uma das consoantes que mais vibram nessas regiões, e pode ser usada para iniciar o trabalho de vibração do som vocal nas regiões superiores de ressonância. Essas cavidades são amplificadores naturais do corpo, e favorecem a amplificação e o volume do som mantendo a naturalidade e o conforto na hora da produção de uma nota musical.

Técnica de canto

Muitos pensam que cantar é dom ou um chamado divino, mas, a grande verdade é que cantar não é nada disso. Cantar depende unicamente do corpo, pois, a única forma que o cantor tem para entrar em contato com sua identidade vocal, que é tão única quanto sua digital e a iris dos olhos, é perceber a sensação física da produção do som. Ou seja, o som deve ser percebido e produzido através do corpo e não pelo ouvido. O som que cada pessoa acredita ouvir da sua voz, na realidade é uma sensação mandibular. Pois, a pessoa não ouvi o seu próprio som, mas sim, sente-o através da mandibula. Por isso, toma-se um susto quando se grava a própria voz, pois esta é completamente diferente daquilo que a pessoa acredita ser o som da sua voz. O som interessa ao ouvinte e a sensação de pordução ao cantor. A sensação física de produção é única forma que o cantor tem para saber se o som que está chegando ao ouvinte é agradavel ou não. Mas, o conforto que deve ser a principal sensação que o cantor deve perceber na hora da produção som é somente do cantor. O corpo produz e amplifica o som, mas, para isso acontecer de forma confortavel, um trabalho extremamente delicado deve ser feito no corpo para que este funcione de forma tão perfeita para produzir um som aveludado e redondo. Por: Yamê Aram