quinta-feira, 30 de março de 2017

AULA DE CANTO POR WHATSAPP?

Sim. Isso mesmo. Testei durante um ano com dez alunos que selecionei a partir de contato feito através do meu blog, onde disponibilizei meu whatsapp, para que leitores que entrassem em contato comigo por esse aplicativo, pudessem ser auxiliados por mim via áudio e escrita, na tentativa de ajudar-lhes com o desenvolvimento de suas vozes de cantores. Dos dez, somente quatro mostraram-se dignos depois de quatro meses, a um novo contato de minha parte, para continuarmos o trabalho, agora com mais minuciosidade.

Os resultados apareceram quase que instantaneamente, mesmo todas as dicas tendo sido passadas por áudio, esses quatro alunos conseguiram transformar todas as informações sonoras em sensações físicas, tornando possível experimentarem uma boa produção sonora somente ouvindo meus áudios e treinando cada um em seu próprio estado. Seis meses depois, eles já estavam com vozes completamente diferentes e com uma satisfação enorme com suas novas vozes.

Escolhi alunos com dificuldades bem diferentes e complicadas de resolver, já havia treinado cantores com esse tipo de problema vocal, mas nunca por whatsapp e sem estar perto para analisar o funcionamento corporal de cada um. Escolhi alunos de estilos bem variados pois gosto de  desafios e experiências novas. Eles também por sua vez, foram empenhados e até mesmo humildes pois mesmo por áudio também sou as vezes incisiva e rígida.

Selecionei uma menina com infantilidade e muita soprosidade vocal, um outro rapaz com um timbre raro com um drive lindíssimo, um outro rapaz com muita nasalidade e bruxismo, e um outro cantor de sertanejo, pois adoro as novas músicas desse estilo. Com apenas oito meses, eles já estavam me mandando áudios que até hoje ouço quando quero ouvir uma música boa cantada por uma linda voz. Claro, eles ainda estão muito inseguros, mas já descobriram que possuem vozes poderosas.

Claro que estou falando mais especificamente da voz e não do corpo, pois por áudio fica difícil analisar o corpo a partir do som emitido pelo mesmo, pois é assim que analiso para treiná-los. Então, começarei a fazer vídeos mostrando os exercícios físicos que os ajudaram a desenvolver melhor seus corpos, e a gozarem de uma produção sonora mais confortável e saudável.

Completamente ciente da eficiência da técnica, mesmo sendo passada de forma auditiva, mostrou-se eficaz da mesma forma que sempre vi ser dentro de sala de aula. Por isso, somente agora decidi escrever sobre essa experiência e divulgar essa nova forma de aula por whatsapp.

Tenho usado principalmente o som da voz de cada um para analisar sua impostação, entonação, usando como material de análise a estrutura sonora para conseguir perceber que problemas de funcionamento físico estão produzindo determinados efeitos sonoros na hora da produção vocal, principalmente para a voz cantada. Isso tem funcionado muitíssimo bem, mesmo com certa dificuldade. Claro que leva um pouco mais de tempo, mas quando eles entendem que a voz é corporal antes de ser sonora, fica rápido e fácil  conduzi-los à uma experiência de produção vocal muito satisfatória.

Mas informações pelo whatsapp 031 97302-9172

terça-feira, 21 de março de 2017

ANÁLISE DA VOZ - Maiara e Maraisa (Medo Bobo)


Quero deixar claro, que também adoro essa música. Mas sempre me incomodo quando ela inicia, pois parece que a cantora está com dor de dente, ou então, com algum tipo de cólica abdominal. Porque ela canta quase que rangendo o dente, deve ser para poder dá mais volume à sua voz, mas que não acontece, pois sua voz perde o brilho e volume no grave, que é exatamente a região que ela inicia a música, e onde percebe-se claramente que Maiara ou Maraisa, não abrem a boca para cantar, e ficam com aquela vocais e articulação de quem chupou limão e não gostou.

Isso é tão irritante, que chego a ter dor nos dentes também. Esse vício de cantar rangendo os dentes parece ter se tornado comum entre os cantores, principalmente os sertanejos, antes só os homens, agora até as mulheres estão pegando e praticando esse erro de impostação e dicção, que acaba anazalando muito o som e roubando seu volume. Quando se vai para o som grave, a primeira coisa que se deve fazer, é levantar-se um pouco a cabeça, até aquela altura do olhar no horizonte. É preciso também se produzir mais energia e aumentar-se o fluxo de ar que passa pelas cordas vocais, aumentando-se também o nível de energia no músculo do diafragma.

Quando se quer produzir um grave com beleza e sonoridade, características exigidas para se produzir um bom som grave, é necessário produzi-lo com muito mais ar com que um agudo. Então, quanto mais volume se quer dar ao sons graves, é necessário produzi-lo com muito mais ar, e quanto mais grave, mais energia e ar devem ser produzidos. Pois, precisa-se de muito mais ar para se produzir um agudo do que para se produzir um grave. Isso, é o oposto do que fazem os cantores, que têm a mania de produzir sons agudos com muito ar, o que acaba forçando a musculatura da laringe, e esganiçando o som, e quando produzem um som grave, tendem a produzi-lo com pouco ar, o que faz com que as cordas vocais não vibrem tanto quando o fluxo de ar passa por elas.

Apesar do timbre vocal, não sei se da Maiara ou da Maraisa, ser bonito, pelo vício de articular e diccionar com a boca quase que fechada, ela acaba esganiçando o som das notas agudas, e tanto sua extensão para o agudo fica prejudicada, como também, seu conforto vocal, pois vendo alguns shows ao vivo, percebi que ela fica rouca com facilidade. Isso também acontece porque elas usam muito drive para cantar, o que quando bem usado, fica até bonito, mas no caso delas, é quase que a todo momento, o torna-se cansativo para os ouvidos e muito desgastante para as cordas vocais, provocando principalmente rouquidão.

Sua articulação é muito lenta, o que quando é necessário produzir uma nota aguda com som de vogal, ela nunca consegue abrir a nota afinada, e tem sempre a necessidade produzir um glissando  ascendente para conseguir chegar na nota, e também debilita os próximos sons a serem produzidos, o que é provocado pela má articulação, que por fim, debilita a dicção. Outro erro vocal que provoca isso é hiper contração nas mandíbulas, pois dificulta e diminui a velocidade da articulação (tamanho da forma (boca) que se usa e é necessário para uma boa produção dos fonemas.).

Sua articulação na região aguda é muito ruim, o que faz com que não consiga repetir as mesmas notas agudas durante muito tempo, mais que agora é moda no sertanejo, cantar frase rápidas e com muitas palavras, o que dificulta a afinação e a produção do texto, de forma que é sempre necessário eles pararem de cantar no meio das frases longas, e deixarem somente o público cantar suas músicas.  É claro e nítido o cansaço vocal dessa dupla. Mas parece que isso está acontecendo com todos os cantores de sertanejos, que se exaurem tentando cantar rápido e agudo, o que necessita de uma exagerada articulação e rápida, para que tanto os fonemas quanto as notas, sejam produzidas com qualidade beleza sonora.

Outra coisa que está errada, é fato dela produzir vogais de sons abertos com sons fechados, o que dá a impressão de que ela está cantando com um ovo quente na boca, pois suas vogais ficam com o som abafado e opaco, e em alguns, completamente incompreensíveis. Mas isso também é produzido pela má articulação, e um pouco por impostação e dicção erradas, e acaba dificultando a compreensão das palavras do texto.


sábado, 18 de março de 2017

ANÁLISE DA VOZ -Marília Mendonça (Sentimento Louco)


Sempre gostei do timbre de Marília Mendonça. Gostaria de estar analisando a música ( Infiel), mas devido minha tietagem por essa música especificamente, preferi esperar por uma outra, para que minha análise não fosse influenciada por meu emocional. Difícil de acontecer, mas sempre se tem uma primeira vez. Por isso, decidi analisar a música (Sentimento Louco).

 A primeira parte da estrofe, a parte que inicia a música, ela consegue produzir um som muito bonito, com uma sonoridade aveludada e com um certo drive, quase que natural, e que também se deve há uma certa soprosidade (excesso de ar no som, que soa como um chiado.), mas que também não apresenta nenhum perigo, quando se percebe e controla-se, o que é conseguido através de um trabalho minucioso da respiração controlada, a que é aprendida e treinada pelo corpo.

Mas quando ela desce para o grave, abaixa a cabeça, na tentativa de produzir mais volume em seu som mais grave, e isso faz que sua laringe contraia-se, e o som acaba ficando abafado e opaco, e perde quase oitenta por cento de seu brilho e sonoridade. Na realidade, ela deveria cantar o grave com o mesmo som vocal que inicia a estrofe da música. Esse é vício muito comum entre os cantores, abaixar a cabeça e contrair a glote e a laringe, o que provocará  sons graves sem volumes e fracos, e sons agudos estridentes e esganiçados.

Como ela tem os dentes superiores mais proeminentes que os inferiores, seu céu da boca, uma das melhores caixas de ressonância (processo de amplificação do som vocal através de ossos, cartilagens e cavidades cranianas), é completamente afunilado, o que a possibilita produzir sons agudos com beleza sonora magnífica, mas também a faz ter uma grande e excessiva ressonância de sua voz nos seios nasais, o que lhe dá uma grande nasalidade, principalmente nas regiões agudas de sua voz. O que na primeira vez que se ouve sua voz, soa interessante, mas depois que se ouve outras músicas, percebe-se que esse efeito em sua voz, repete-se a todo momento que ela tem que ir com a melodia para notas mais agudas.

Outro problema que essa nasalidade provoca, é o vício de se repetir a mesma melodia em todas as músicas, pois quando não se tem consciência da sensação física durante a produção sonora, a voz que se pensa ter, é só uma referência melódica e sonora de um som, que não é o som da realidade física do corpo, daí a repetição irritante de uma mesma melodia vocal em todas as músicas. Isso significa que a performance do cantor se torna pobre e repetitiva. Sua linha de canto (a melodia peculiar que um cantor executa em sua interpretação), fica presa à uma referência de melodia e sonoridade vocal, e quase nunca é a verdadeira voz do cantor.

A voz de Marília Mendonça também está com a sua extensão vocal (limite do alcance da voz para o grave e agudo), prejudicada. Pois sua voz não ultrapassa mais determinadas notas agudas, o que é provocado porque sua impostação da voz está soando muito nessas regiões de ressonância que produzem sons anasalados e limitam o alcance vocal, principalmente nas regiões agudas da voz, tornando-a esganiçada e estridente, som que não é nada agradável para os ouvidos.

Sua articulação lenta e retarda na produção dos fonemas também prejudica a produção dos sons das vogais, e torna sua voz cansativa, isso faz sua voz soar como se estivesse sempre atrasada em relação ao tempo da música e rouba beleza de sua voz ao longo de uma frase longa, e quando é preciso produzir sons longos e frases com menos sons,  acabam parecendo mais longos do que realmente deveriam ser. Essa dificuldade em sua articulação também é decorrente de um acúmulo de contração em sua mandíbula, o pode indicar um bruxismo ou uma pré disposição para tê-lo.

Tudo o foi analisado e diagnosticado pode ser facilmente corrigido com técnica Alexander e o Bel'Canto.




segunda-feira, 13 de março de 2017

''EU NÃO GOSTO DA MINHA VOZ''

''Eu não gosto da minha voz'' essa é uma frase que ouço muito, na realidade, a grande maioria das pessoas não gosta de sua voz, umas porque acham sua voz anasalada demais, outras porque acham sua voz estridente, outras porque acham sua voz fraca ou sem brilho, ou mesmo não gostam de  como ela soa. Essa sensação que resulta em um sentimento negativo em relação  à voz, é na realidade falsa, pois a maioria das pessoas não conhece sua voz e nem como ela é produzida pelo corpo.

A frustração com a própria voz, ou o desprezo pela mesma, decorre do vício errôneo de acharmos que ouvimos o som de nossa voz, o que não é verdade, pois tudo que achamos que conhecemos de nossa voz, é falso. Não existe possibilidade de um cantor ouvir seu próprio som, quem ouve o som produzido e emitido pelo corpo, é o ouvinte, que é para quem o som interessa, não quem está produzindo-o.

Somente a partir do momento que começa-se a desenvolver a percepção física do som vocal, acionando-se o lado analítico do cérebro, ou seja, o lado esquerdo para os destros, ou o lado direito para os canhotos, é que pode-se começar a ter compreensão da voz a partir das sensações corporais que têm durante a produção sonora da voz. Poucas pessoas conseguem gostar de sua voz, geralmente isso só acontece quando elas possuem uma musicalidade aguçada e uma nata capacidade de percepção do seu som vocal.

É mais comum ver-se mulheres que não gostam de suas vozes, do que homens. Percebi durante alguns anos de trabalho,  através das experiências que tive com alunos, que as mulheres são as que menos gostam de suas vozes porque tê uma maior percepção de sua nasalidade, principalmente, e estridência vocal. Isso, devido o alto nível de ressonância sonora que uma mulher produz nessas regiões de ressonância superiores, como o seio nasal e céu da boca, que é excessivamente grande, o que possibilita a produção de um som muito anasalado ou muito estridente, devido o alto nível de harmônicos brilhantes e metálicos que essas regiões propagam quando amplificam o som da voz.

Como mesmo sem ter nenhum conhecimento técnico de canto, a mulher consegue perceber e sentir, intuitivamente que sua voz não soa tão bonita ou tão agradável quanto gostaria que fosse, ela rejeita involuntariamente o som de sua voz. Geralmente, elas possuem pouca ou nenhuma ressonância toráxica, que é o que ameniza e embeleza o som da voz, e acabam por esganiçar cada som produzido pelas suas cordas vocais, a ponto de detestarem suas vozes. Muitas vezes, com apenas seis meses de treinamento, onde muda-se sua empostação vocal  das regiões de ressonância superiores, que são principalmente os ressonadores da cabeça, para o tórax, que aveluda-se e arredonda-se o som da voz. Então, como num milagre, elas passam a amar suas vozes.

Eu mesma tinha muita nasalidade vocal devido uma escoliose que comprimia minhas vértebras T3, T4 e T5, criando um acúmulo de contração muscular na região da nuca, e consequentemente, refletia profundamente sobre meu maxilar, dificultando minha articulação vocal, e roubava-me o conforto e beleza vocal, obrigando meu corpo a produzir o som vocal estridente e muito esganiçado, e depois de uma determinada região aguda de minha extensão vocal, um som completamente anasalado e irritante. Eu queria morrer quando tinha que produzir uma nota muito aguda, pois sabia que o som seria horrível.

Mas depois de alguns meses de trabalho corporal usando a técnica Alexander para melhorar meu estado físico, no caso minha postura, obtive uma resultado surpreendente, pois assim que meu corpo foi melhorando minha postura, minha voz também foi mudando e ficando mais bonita. Foi nesse momento que entendique para melhorar minha voz teria que melhorar primeiro meu corpo. Então, a partir desse momento comecei a trabalhar mais meu corpo, e imediatamente minha voz mudou completamente a qualidade e sua beleza.




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A criação é possível através da imaginação, depois, tudo tornar-se energia e ciência.