Sempre gostei do timbre de Marília Mendonça. Gostaria de estar analisando a música ( Infiel), mas devido minha tietagem por essa música especificamente, preferi esperar por uma outra, para que minha análise não fosse influenciada por meu emocional. Difícil de acontecer, mas sempre se tem uma primeira vez. Por isso, decidi analisar a música (Sentimento Louco).
A primeira parte da estrofe, a parte que inicia a música, ela consegue produzir um som muito bonito, com uma sonoridade aveludada e com um certo drive, quase que natural, e que também se deve há uma certa soprosidade (excesso de ar no som, que soa como um chiado.), mas que também não apresenta nenhum perigo, quando se percebe e controla-se, o que é conseguido através de um trabalho minucioso da respiração controlada, a que é aprendida e treinada pelo corpo.
Mas quando ela desce para o grave, abaixa a cabeça, na tentativa de produzir mais volume em seu som mais grave, e isso faz que sua laringe contraia-se, e o som acaba ficando abafado e opaco, e perde quase oitenta por cento de seu brilho e sonoridade. Na realidade, ela deveria cantar o grave com o mesmo som vocal que inicia a estrofe da música. Esse é vício muito comum entre os cantores, abaixar a cabeça e contrair a glote e a laringe, o que provocará sons graves sem volumes e fracos, e sons agudos estridentes e esganiçados.
Como ela tem os dentes superiores mais proeminentes que os inferiores, seu céu da boca, uma das melhores caixas de ressonância (processo de amplificação do som vocal através de ossos, cartilagens e cavidades cranianas), é completamente afunilado, o que a possibilita produzir sons agudos com beleza sonora magnífica, mas também a faz ter uma grande e excessiva ressonância de sua voz nos seios nasais, o que lhe dá uma grande nasalidade, principalmente nas regiões agudas de sua voz. O que na primeira vez que se ouve sua voz, soa interessante, mas depois que se ouve outras músicas, percebe-se que esse efeito em sua voz, repete-se a todo momento que ela tem que ir com a melodia para notas mais agudas.
Outro problema que essa nasalidade provoca, é o vício de se repetir a mesma melodia em todas as músicas, pois quando não se tem consciência da sensação física durante a produção sonora, a voz que se pensa ter, é só uma referência melódica e sonora de um som, que não é o som da realidade física do corpo, daí a repetição irritante de uma mesma melodia vocal em todas as músicas. Isso significa que a performance do cantor se torna pobre e repetitiva. Sua linha de canto (a melodia peculiar que um cantor executa em sua interpretação), fica presa à uma referência de melodia e sonoridade vocal, e quase nunca é a verdadeira voz do cantor.
A voz de Marília Mendonça também está com a sua extensão vocal (limite do alcance da voz para o grave e agudo), prejudicada. Pois sua voz não ultrapassa mais determinadas notas agudas, o que é provocado porque sua impostação da voz está soando muito nessas regiões de ressonância que produzem sons anasalados e limitam o alcance vocal, principalmente nas regiões agudas da voz, tornando-a esganiçada e estridente, som que não é nada agradável para os ouvidos.
Sua articulação lenta e retarda na produção dos fonemas também prejudica a produção dos sons das vogais, e torna sua voz cansativa, isso faz sua voz soar como se estivesse sempre atrasada em relação ao tempo da música e rouba beleza de sua voz ao longo de uma frase longa, e quando é preciso produzir sons longos e frases com menos sons, acabam parecendo mais longos do que realmente deveriam ser. Essa dificuldade em sua articulação também é decorrente de um acúmulo de contração em sua mandíbula, o pode indicar um bruxismo ou uma pré disposição para tê-lo.
Tudo o foi analisado e diagnosticado pode ser facilmente corrigido com técnica Alexander e o Bel'Canto.
Cirúrgico, parabéns!!
ResponderExcluirO que é isso? Parou tudo. Que especialistas. Não sei o que dizer. Incrível.
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